Daisypath Vacation tickers

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quinta-feira, 28 de junho de 2012

A indelicadeza no metrô

Uma das coisas que gosto aqui de Montreal é da educação das pessoas. Não é comum ver gente jogando lixo nas ruas, as pessoas deixam o lado esquerdo da escada-rolante para quem está com pressa... essas coisas. Mas tenho notado uma coisa que tem me deixado chateada. Dentro do metrô, as pessoas não costumam ceder o lugar para idosos, gestantes e pessoas com crianças no colo.

Eu ficava indignada quando via isso acontecendo no metrô de Brasília e pensava que aqui seria diferente. Me enganei!!! Já vi mulher grávida de nove meses (eu acho), mulheres com crianças no colo e idosos, muitos idosos viajando em pé. E as pessoas nem fingem que estão dormindo e não estão vendo. É na cara dura mesmo! São raras as vezes em que alguém se levanta e cede o lugar ao outro.

Fico imaginando o porquê disso. Talvez seja porque as viagens são mais curtas e o entra e sai de gente é muito grande em todas as estações. Não é igual em Brasília que todo mundo pega o metrô na rodoviária e só vai descer em Ceilândia ou Samambaia. Aqui o metrô pode estar chei em uma estação, esvaziar na outra e encher novamente no próxima. A rotatividade é grande. Mas não justifica, né! Mesmo que a pessoa fique no metrô por uma só estação e não queira se sentar, não custa nada oferecer seu lugar, mesmo que ela recuse!

Os velhinhos, coitados! Esses não têm vez mesmo! Andam em pé pra lá e pra cá! Como a quantidade de idosos aqui é muito grande e eles têm uma vida bem ativa, o metrô sempre está cheio. As vezes eu faço questão de me sentar nos assentos reservados só para ceder o lugar quando for preciso e evitar que outra pessoa se sente lá e não faça isso.

O pessoal é educado em umas coisas e mal-educado em outras.

6 comentários:

  1. Não penso que sejam mal educados Gardenne. Isto acontece em qualquer parte do mundo, exceto no Brasil. Não sei te dizer se isto nos torna melhores, pois fico dividido entre o Direito e o Correto. Não acho que alguém tenha que ter direito de preferência em nada, por conta de suas limitações e debilidades físicas ou porque tem recursos. Acho que o Estado tem que oferecer diferentes opções dentro da qualidade de que todos tenha o mesmo acesso, caso precise. No Brasil dar-se tais preferências, porque alguém achou legal e se elegeu como pessoa pública, não porque a população precise, assim como ninguém precisa de empregada doméstica e, no entanto, é farra ter. Não é porque ficou idoso que deve ter mais direitos que outros, nem porque ficou grávida. Gravidez não é doença, certo? E se o transporte for seguro, o motorista for treinado, não há porque ter assentos preferenciais. O idoso. Há trabalhei para ter meus direitos? Quais? Sim, tem seus direitos, desde que não suplante o direito dos demais. Quando se trata de bens públicos, ou usabilidade pública, o Correto são direitos iguais e privilégios zero. Estou acostumado a ver centenas de idosos na linha amarela que sobe a Rua Augusta, terem assentos preferencias, descerem pela frente sem pagar e a cada três meses viajarem pelo mundo, conhecerem a Grécia, Paris etc. Contudo, que outros serviços seja implementados e que atenda categorias especificas em termos de serviços públicos que atenda efetivamente às demandas da sociedade. Agora, evidentemente a gentileza é algo a se pensar, desde que ela seja uma constância social. Ou seja, crie-se uma consciência coletiva acerca da questão. Se não se criou é porque a maioria da população não julga necessária. Há outras gentilezas e quem as têm deveria colocá-las em prática. Se, certamente eu chegar a Montreal, darei meu assento a quem minha consciência julgar merecer. Talvez, a partir de minhas, ações outros as vendo, poderá imitá-las. Nunca se sabe, mas alguém tem que dar o primeiro passo. Talvez você possa fazer isso. Você achava um absurdo quando ninguém dava o assento no Brasil, mas sua consciência foi educada a partir de uma Lei que dá esse direito. A Questão é: Todos pagam pelo mesmo valor. Então todos têm que ter o mesmo benefício. Ninguém pode se sentir privilegiado ou ninguém pode se sentir prejudicado. Veja o fato de alguns imigrantes terem o direito de premência de acordo com sua profissão. É correto? É direito? Não, pois paga-se o mesmo valor no processo. O correto seria: Quer chegar antes? Simplesmente não vai chegar porque todos tem o mesmo direito. Há mais podemos pagar mais e ter o direito. NÃO! Isto não é Disney on Ace onde quem pode pagar mais, segura na mão do Pato Donald. Mínimo de civilidade tem a ver com o mínimo de direito e o que é politicamente correto não pode usurpar a legitimidade do direito, sobretudo quando se trata de algo público. É preciso distinguir muito bem o Público do Privado.

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    1. Excelente ponto de vista! Adorei!!!

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    2. Também gostei desse comentário.

      Aqui em Toronto também é assim, e eu já vi casos de alguém oferecer o lugar a uma idosa e ela começar a gritar com a pessoa no ônibus, falando que não precisava disso, que se ela quisesse ela pedia lugar.

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  2. Aí as grávidas e idosos tem preferência em bancos?
    Eu morei 5 anos em Porto Rico e lá não tinha fila especial para eles nas agências. Eu achava isso diferente...
    acho que tem a ver com uma sociedade na qual a população idosa é bem ativa.

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    1. Carolina, aqui não existe fila preferencial para nada (pelo menos eu nunca vi!) Também, se for ter fila preferencial para idosos, eles vão passar mais tempo na fila do que se pegarem uma fila normal, pois tem muito idoso por aqui! Já vi fila de ônibus e cada um espera sua vez, mesmo os idosos.

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  3. A diferença é que brasileiro não sabe o que é igualdade de direitos. Se todos pagaram a mesma passagem, têm direito ao mesmo transporte. Ninguém tem privilégios. A noção de que alguns devem levar vantagem sobre outros é brasileira. ALém disso, quem sai do Brasil está fugindo exatamente desse tipo de pensamento e comportamento. Portanto, estranho seria encontrar tratamento discriminatório num país democrático.

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