Daisypath Vacation tickers

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terça-feira, 12 de julho de 2011

Às vezes tenho vergonha de ser brasileira

Ontem eu estava aguardando uma consulta médica e comecei o folhear uma revista Veja, de maio/11. Fiquei surpresa e revoltada ao leu uma reportagem sobre mais um descaso com a educação brasileira. Eu não tinha visto essa reportagem nos noticiários da TV, mas já soube que foi veiculado em alguns telejornais. Trata-se da compra de livros "didáticos" de português, por parte do Ministério da Educação, para distribuição às escolas públicas e também da adoção de tais livros por algumas escolas particulares.

Nesses livros é ensinado como correto o "assassinato" da língua portuguesa. Ensina-se que expressões como "nós é", "nós pesca", "os menino pesca" estão corretas, pois passam a impressão de plural. O que significa isso? Ouvir uma frase dessas dói os ouvidos! E ainda dizem que corrigir alguém que fala dessa maneira é "preconceito linguístico"! O governo está abertamente discriminando seus cidadãos, está assumindo que crianças e adolescentes não têm condições de aprender a conjugar verbos corretamente. Ora, minha filha de dois anos e meio não fala errado dessa maneira, ela já consegue empregar a forma verbal correta, inclusive pronunciando corretamente o "s" do final de verbos no plural. Ela consegue falar claramente "nós chegamos", "nós vamos" e até frases que contém verbos de conjugação mais complexa, como "o brinquedo coube na caixa".

O que se esperar de um país que não valoriza a própria língua? O que esperar de um cidadão que aprende como correto um português errado a pretexto de não ser discriminado? Será que ele não será discriminado na hora de prestar um concurso público cuja prova de redação tem caráter eliminatório? Qual empresa séria vai contratar um profissional que fala e escreve errado? Que tipo de desserviço é esse que o governo está prestando à sua população? Esse país quer crescer e se tornar uma potência mundial? Às custas de quê? Só se for de uma população analfabeta que não consegue falar e escrever corretamente a própria língua-materna.

Fiquei envergonhada e enojada ao ler tal reportagem. Senti vergonha de ser brasileira e tive certeza de ter tomado a decisão correta, de morar em um país civilizado, que valoriza o que é importante. Fiquei feliz por estar levando meus filhos para um país que valoriza a educação e que a oferece com qualidade. E fiquei triste por ter sobrinhos que ficarão aqui "aprendendo" esse tipo de absurdo na escola. Meus filhos serão alfabetizados em francês e em inglês, em escolas públicas e de qualidade no Canadá. E o português? Graças a Deus sou eu que vou ensiná-los e não esse governo irresponsável e incompetente, que não tem preocupação com o bem mais importante de uma nação: a educação!


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